quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sobre o Fator Bola pro Jardel




Nos idos da década de 90 (olha lá ela de novo – the birth of paunocool, diria Miles Davis), o Grêmio teve uma ascensão incrível dentro do cenário futebolístico mundial. O motivo? Os jogadores tinham apenas uma preocupação: todos davam caneladas nos adversários, mas choviam golaços: bastava mandar a Bola pro Jardel.

Muitos evitam comentar, mas o mesmo acontece no mercado publicitário.

Existem momentos em que ninguém possui a certeza sobre o produto final da campanha que está sendo criada. E muito menos certeza se ela vai dar certo.

Para explicar a origem desse fenômeno, pesquisamos durante semanas dois caminhos possíveis e redigimos este obscuro artigo usando 4 mãos , 2 cérebros e 1 jardel. Logo você irá entender.

O primeiro seria uma teoria próxima do SEGREDO, mas um pouco menos paunocool. Isto é: existe uma pequena dose de energia positiva em cada pequeno publicitário arrogante, escondidas no subconsciente vil e matreiro e que, somadas, acabam empurrando a idéia para frente e influenciando o destino - o qual é responsável por ajeitar as coisas no seu lugar. É a Jardelização do futuro. Quantas vezes você já não ouviu algum criativo dizer :”nossa, estou com saudades do futuro”. Pois aí está o motivo, caros.

O segundo e mais intrigante caminho (e que mais nos interessa) é sobre a influência de espíritos publicitários. Estes seriam umas espécies de Sacis Reversos. Ao invés de irem lá desorganizar e atrapalhar, eles estão presentes no dia a dia para garantir que o bem vença o mal – mesmo que o bem seja representado por publicitários, nesse caso. São espíritos Jardéis, que pegam todas as bolas quicando rumo ao infinito e chutam diretamente onde a coruja dorme. Mais um gol.

(Para confirmar esta teoria, estamos organizando o primeiro EPF – encontro de publicitários falecidos, em um renomado centro espírita. O encontro será como qualquer outro que acontece aqui na Terra. A grande diferença é que será nivelado por cima, uma vez que a quantidade de blogueiros que partiram dessa para uma melhor ainda é insignificante. (Mal sabem que, do outro lado, poderão dar mais pitacos do que aqui.)

O Fator Bola Pro Jardel acaba sendo um grande facilitador na hora da criação ou do planejamento. Às vezes, o sujeito-homem, que paga suas dívidas, tem o direito de não tem certeza absoluta do que está fazendo e deixa essa lisergia vinda do além conduzi-lo invocando o positivismo goleador. e tudo fica ok:

“Ainda não descobri o que Bichos de Pelúcia tem a ver com carros, mas Bola Pro Jardel!”

“Pensei num brinde que não tem nada a ver com nosso iogurte, vamos dar Marinex pra galera de intestino preso e Bola Pro Jardel”

“Vamos botar a Flávia Alessandra fazendo cara de piranha enquanto mexe no carro, e Bola Pro Jardel!”

“Minha namorada gosta muito de Ivete Sangalo, liga pra ela e pede pra falar da nossa televisão, e Bola Pro Jardel!”

De qualquer maneira, é bom não abusar do Fator Bola Pro Jardel.

Não nos esqueçamos – ele já esteve no topo, mas hoje joga no Criciúma.

 
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